Do Baú:
Desejaria chegar finalmente a casa
Luzes na noite
e um caminho entre árvores
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Do Baú:
Nunca como agora
senti esta urgência de chegar a casa
Nunca como agora
perante este céu a escurecer
com as árvores por companhia
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Do Baú:
A solidão é tão reconfortante!
O silêncio
os livros
a lua cheia
a música
as árvores
o pôr-de-sol
o ar fresco da manhã
afagar o pêlo macio da Cleo
vaguear sem destino
escrever noite dentro
sentir a chuva cair
as noites de trovoada!
Ah, mas ler nos teus olhos
o amor e a ternura...
Não vale muito mais
a cumplicidade do amor?
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Do Baú:
Gardunha verde-névoa
do sol quente da tarde
As casas empilhadas
as árvores quietas
e esta aragem morna e sonolenta
("Do tempo dos sonhos", Beira Baixa, 1985)
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Do Baú:
Há coisas que não mudam
permanecem iguais a si mesmas.
Como o Mosqueiro com os seus rochedos, imponentes,
a capela da Senhora da Confiança, muito branca,
a torre da igreja que bate agora as horas pontuais
e certos rituais como a missa de domingo
as mesmas palavras, os mesmos gestos
as mesmas imagens, os mesmos santos.
("Do tempo dos sonhos", Beira Baixa, 1985)
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...
Como podemos descrever a nossa vida?
Um caminho?
Uma encruzilhada?
Um eterno retorno?
Acho que tive um pouco de tudo isso.
Também houve um vulcão activo
e um açude caudaloso.
E um jardim pacífico
onde não me importava de ficar.